sexta-feira, 21 de outubro de 2022

QUAL A MISSÃO DESTE BESOURO?

Estava eu em mais uma sexta feira sentada de frente para o computador tentando estudar, atualizar meu currículo, pensando em como ganhar dinheiro quando vi um besouro descendo a cortina despreocupadamente. O besouro preto descendo no voal me pareceu muito mais interessante do que abrir o LinkedIn e eu fiquei observando. Achei que ele pudesse parecer um rinoceronte e tentei pegar para observar mais de perto, pois por um segundo esqueci que a presbiopia já é uma realidade aqui. Qual foi a minha surpresa ao ver que o besouro, não só se desviou de meu dedo como continuou impassível em sua jornada descendo a cortina. Tentei mais uma vez e novamente ele se desviou e continuou o caminho. Me irritei: como que um besouro pode ter mais força de vontade que eu? Ao trazer isto para a consciência, elaborei mais um pouco: como que este besouro, este ser irracional e invertebrado pode dar mais importância à sua jornada do que eu, com minhas três graduações e duas pós-graduações? E foi assim que acabei sendo humilhada por um besouro em plena sexta feira. Não suportei e esmaguei ele, pois ele pode até ser mais focado, mas eu sou maior e mais forte.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Transvaginal

Eu tinha 11 anos, era véspera do feriado de São João e eu ainda estava com a farda da escola brincando na rua com as minhas amigas Deyse e Denise. Elas estavam acendendo os fogos que tinham ganhado e eu participava com uma curiosidade burlesca, já que meu pai nunca “queimava dinheiro”, nas palavras dele. Quando eu vi chegar, Bólido, o corsa de cor vinho do meu irmão. Ele estava trazendo sua namorada pela primeira vez a nossa casa e para a minha surpresa, veio também o irmão dela. Da esquina eu vi aquele menino lindo, descer do carro. Eu sempre tive na cabeça que eu iria viver uma história de amor bem surpreendente e me encontrava absolutamente pronta para que o meu amado me reconhecesse tão logo me visse, mas não naquela hora fedendo a fumaça. Não naquela hora com a farda da escola e os pés descalços. Não naquela hora com o desodorante mais do que vencido e a cara meio cinza de pólvora queimada. Enquanto as pessoas se cumprimentavam na frente de casa eu corri e entrei no banheiro pra começar meu ritual de beleza que incluía primeiramente fazer cocô. Sim, fazer cocô! Nenhum encontro romântico sobrevive se houver o menor sinal de comida em estado de putrefação nas minhas tripas. Graças a Deus a minha família é grande e até beijar todo mundo, daria tempo eu me despedir de meu cocozinho sem deixar nenhum vestígio já que eu estava usando o banheiro da copa, onde todos iriam jantar logo mais. Impossível um encontro amoroso com o local de refeições cheirando a bosta. Mas aí tivemos o primeiro problema, não desceu. Casa antiga, com pouca manutenção hidráulica, a bosta ficou boiando. Me encarava zombando por eu não ter comido mais frutas e fibras. Sorte minha que a descarga já era quebrada e eu pude deixar a água escorrendo enquanto eu dava cabo do resto do meu plano embelezador, quem sabe um milagre aconteceria enquanto eu tomo o resto do banho e por insistência, a merda fosse embora, não tinha como dar errado. Lá se foi shampoo, creme rinse e várias espumas pelo box. Já me imaginando besuntada de monange azul tal qual a Xuxa e um cheiro inconfundível de Taty no ar. Saio do banho e qual a minha surpresa ao ver meu cocozinho boiando no chão. Sim, a privada transbordou, que desagradável! E agora meu Deus? A única saída possível era catar com a mão e jogar no ralo do chuveiro mesmo. Dessa vez, agradeci por não ter comido tanta fruta e fibras e fui socar o troloço no ralo estreito do box enquanto eu escutava as conversas animadas chegando à copa. Foi... Depois de vários minutos enxugando o chão com piso de banho e depois de muito lavar a mão, vi que era inútil lutar contra aquele mal cheiro e resolvi me entupir de alfazema. Sim, Taty seria muito pretensioso e ia ficar na cara que eu tava querendo chamar atenção, alfazema não, alfazema todo mundo usa antes de dormir. Talvez eu tenha exagerado e talvez não tenha adiantado muito, pois o cheiro de bosta durou ainda alguns dias na minha mão. Finalmente sai do banheiro, linda, plena e cheirosa para ser vista por aquele moço absolutamente belíssimo. Moreno e árabe e com cicatrizes pelo rosto que lhe davam um charme mais do que especial. Ali eu vi que meu amor tinha sido reivindicado por toda a eternidade por aquela figura doce e maravilhosa. Nos apresentaram formalmente e ele me deu um beijinho molhado na bochecha. Ele devia ter uns anos a mais, alias, vários, e provavelmente deve ter achado um terror cumprimentar aquela criança banhada em perfume porque logo atacou a rinite. Mas eu já via o rosto de nossos filhos e o Change Dragon triste atrás da porta por ter perdido seu lugar no meu coração quando os meus olhos cruzaram o de Celsinho, vamos chamar ele assim. Não demorou muito para que aquela cena fosse interrompida por pedidos de toalhas já que o trio tinha passado um dia inteiro na estrada e estavam cobertos de suor e poeira. E também não demorou para que Celsinho voltasse do chuveiro pedindo desculpas e anunciando que havia entupido o ralo. Meu pai, “o consertador”, me entregou de bandeja e falou que devia ser cabelo no ralo, que eu lavava muito a cabeça e que por isso já estava cheia de impingem e que ia limpar. Bom, daí eu fui dormir porque seria humilhação demais ver meu cocô emergir do ralo assim na frente de toda família que eu tinha e da que eu queria ter. Resumindo, foi o feriado mais maravilhoso que eu tive lembrança na puberdade e depois que eu soube que o namoro do meu irmão tinha acabado, eu fiquei completamente inconsolável por alguns minutos até aparecer outro amor de minha vida, pai de meus filhos, mas aí já é outra história, alias outras porque eu era muito apaixonadeira. Anos depois, mais precisamente 20 anos depois, já casada e com filho pequeno, soube que Celsinho estava morando na mesma cidade que eu. Era médico e tinha recém aberto uma clínica de imagem na minha cidade. Mas que sorte a minha, estava com a requisição de um exame para ser feito ainda aquela semana. Marquei e fui. Cheguei lá, me deram um roupão pra vestir, sala em meia luz e acho que até uma bossa nova no som (talvez não) entra ele: Celsinho, meu amor de minha vida aos 11 anos, meio careca, meio barrigudo, e com algum traço de demência, pois não se lembrou de mim, como pode isso? Leu meu nome na ficha e perguntou o que eu era de meu irmão, eu falei: “Vc não se lembra? Eu sou a irmã caçula dele. Aquela que cagou no ralo do banheiro antes de vc tomar banho naquele São João de 1992” mentira, óbvio. Me limitei apenas aos dados objetivos, pois aquela cena já era deveras constrangedora. Eu estava pelada e com as pernas arreganhadas, completamente fragilizada pela situação e pelo ar condicionado gelado que me fazia tremer dos pés à cabeça. Neste momento eu pude me arrepender. Me arrependi por ter sido uma boba em 1992 e por ser uma idiota em 2012. Deveria ter ido fazer o exame com o médico de sempre, pensei. Enquanto isso, comecei a sentir a mão de Celsinho levantando o lençol que cobria minhas pernas e então a ficha caiu, não poderia ser pior, pensei. Sem acreditar, eu perguntei: ué, é por baixo? Enquanto ele mirava minha xota achando o caminho praquele mouse comprido com uma camisinha na ponta e respondia com alguma impaciência: é uma transvaginal!

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Natal de 2011

Sinto saudades dos Natais de minha infância. Sempre chovia em Itapetinga. Helma Pio Mororó José montava a árvore, eu quebrava algumas bolas. Marcelo, que estava de férias ficava o dia inteiro no clube, tava nem aí. Leila Mororó e Elaine Mororo Costa vinham de Itabuna. Painho fazia suspense dizendo que ia pra roça, mainha fazia a comida e todos ceiavamos após a meia noite. Antes, porém, nos reuníamos ao redor do piano e Lane tocava "noite feliz". Depois da oração, eu enfrentava o peru, a farofa e o arroz com passas e o salpicão com maçã, sempre odiei comida de natal! Geralmente eu estreava um vestido novo, sempre feito pela costureira de confiança, com bordadinhos e sianinhas, uma belezura! É claro que eu já havia aberto os presentes que estavam embaixo da árvore mas, sempre conseguia fingir uma cara de surpresa ao recebe-lo das mãos de meu presenteador. Nunca acreditei em Papai Noel. Minha mãe sempre fez questão de falar que o presente vinha dela e de meu pai, e mais tarde, de minhas irmãs também. Enfim, um típico natal de uma classe média protestante, porém, todo o amor que unia a nossa familia estava ali naquele ambiente. Somos 5 filhos, eu temporã, e esta era a única data do ano em que ficávamos todos juntos. Em algum ano da década de 80, estava eu voltando para casa, toda feliz porque tinha ganhado um sapatinho vermelho de verniz com lacinho na frente, quando passa, no carro de meu pai, um colega de trabalho dele que pára o carro e cochicha com minha mãe. Mainha, então, vira pra mim e fala nervosa: "Vá para casa agora! eu tenho que ir ali." Na cabeça de uma criança de 8-9 anos, no auge de seu complexo de édipo, ver um outro homem, dirigindo o carro de seu pai e levando sua mãe para "ali" era algo, no mínimo, muito angustiante. Fiquei sozinha em casa, calcei meus sapatos novos e fiquei viajando no que teria acontecido. Meu pai tinha caído do cavalo e bateu com a cabeça numa pedra. O cavalo ainda tinha pisado no nariz dele e ele estava naquele momento, inconsciente numa mesa de cirurgia. Neste Natal, não houve cantoria, nem ceia. Abri meus presentes: um pega vareta, uma blusa do mickey, um diário... Mas a sensação de que tudo aquilo não era nada, que o presente maior era meu pai estar bem, fez o meu Natal atípico, mas muito feliz. Num outro Natal, eu já adolescente, Elaine estava internada com febre tifóide. Estava bem, mas a família não estava junta. Eu mesma fiz o peru, meu pai me ajudou. Nesta época a família havia aumentado, meu primeiro sobrinho já tinha "roubado"a minha posição de caçula e eu já não ganhava tantos presentes. Em 2006, minha mãe se recuperava dos 75 dias que passou internada por conta de uma cirurgia cardíaca. Passamos o Natal em Salvador, mas tão, tão felizes de estarmos juntos e com mainha bem, depois do sufoco que foi vê-la em apuros por tanto tempo. Pedro já estava conosco e me deu um anel de compromisso, começava ali uma nova fase na minha vida. Deste o Natal do acidente com o meu pai, sinto esta data como uma forma de renovação. Nós renovamos nosso compromisso de estar sempre juntos, nos suportando e apoiando como família. E Deus renova sua promessa de estar conosco, não importa quão grande for a dor ou o sacrifício, assim como fez quando mandou o Seu filho. Boas festas a todos!!

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Quem morre pela boca é peixe!

Existem coisas que a gente nunca esquece. O primeiro absorvente, o primeiro beijo, o primeiro amor... o primeiro Agulhão Negro! Eu ouvi falar deste peixe uns anos atrás, de seu sabor inigualável, sua carne nobre,a alta quantidade de ômega 3. Desde então tive a mais pura e inocente curiosidade de provar desta iguaria, que não imaginei, fosse uma experiência tão marcante! Realmente o peixe é uma delícia! comprei uns filés bem altos pra fazer assado. A carne é tenra e derrete na boca. O sabor é ao mesmo tempo suave e marcante, uma delícia! Tivemos um almoço de domingo formidável! Eu, Pedro e Luca. Comemos Agulhão Negro assado, salada de batatas, legumes, arroz integral. Que leve, que delícia, que chique!E o domingo seguiu sem maiores novidades. Segunda feira ensolarada no Planalto da Conquista. Café da manhã em família, marido arrumado para ir ao trabalho... VIXE! Cagou-se!!! Tadinho, vi aquele homenzarrão subindo as escadas em um tiro, tentando esconder a mancha amarela na calça. Fiquei com medo, fiquei com pena, achei a maior graça! Meia hora depois e já recomposto, demos por perdida a calça e cueca e seguimos em frente. Uma segunda feira todinha cheia de sol estava começando e havia muito o que... pooooinggggg De repente, sinto uma creca descer pelas minhas pernas. Assim, sem cerimônia, sem esforço, sem pum! Aff Maria, Nossa Senhora, Valei-me Jesus Cristo! Tô morrendo!É uma verme! Tô perdendo meu bebê! No inicio a gente fica meio sem entender o que tá acontecendo, não sabe se sai correndo, se desmaia, se finge de doida. No final resolve encarar a realidade, o rodo e o balde de água. Óleo, puro óleo! Nunca vi uma desgraceira daquelas! Não sai com água, cheia a peixe e ainda por cima, nem avisa! Mas o terror não durou muito. Foi só procurar por "diarréia oleosa"no Google que tive todos os meus medos afastados. Santo Google! Agora é isso, esperar passar, tomar muito suco de limão, caju e usar uma boa fralda.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O retorno dos que não foram

Este é o meu primeiro post depois de parida.
Fiquei semanas sem escrever pelo óbvio motivo: não tinha assunto.
Nas ultimas semanas de gravidez, a unica coisa que eu dava conta era da programação da sky. Nem minha cachorrinha tinha mais assunto comigo.
Agora que o fiote nasceu, tenho muita coisa para contar. Principalmente sobre fraldas, mamadas, cocô, etc. Mas acho que prefiro novamente ficar calada e não encher o saco de vocês.
Por enquanto vou adiantando que ser mãe não é nada demais além de dois peitos cheios de leite e duas mãos habeis em trocar fraldas. Meu filho não tá nem aí pra mim, gente, Isso me deprime!

terça-feira, 2 de março de 2010

Gordinha e roliça

Depois de arrumar todo o enxovalzim do meu buguelim que agora tá vestidim, foi a vez de comprar o enxoval da mamãe aqui.
Há quem não acredite, mas estou bem redondinha. Voltei para as calças 44 que desde os 19 anos não vestia. Dessa safra, só ficou uma calça goiaba que eu usava dia sim e outro também, mesmo quando ela tava caindo de frouxa.
Tive que comprar tudo: calça, blusa, vestido, calcinha e vou ter que apelar para o sutiã "mamãe tô com fome" porque nos meus só cabem meio peito e olhe lá!
Minha bunda tá gigante! antes da feira de carçola, tava usando as cuecas de Pedro, e mesmo assim o pneuzinho saltava por cima do elástico.
Hoje fui tirar as roupas miudinhas do meu closet e bateu um desepero! Será que algum dia eu voltarei a caber na minha calça 36? E meu vestido de bolinha? será que vai virar vestido de peça de igreja?
Fiquei pensando em fazer um bazar, até porque acho dificil voltar a usar essas roupas em menos de 1 ano, mas depois eu lembrei que quando emagrecer (e eu vou emagrecer!) eu iria ficar novamente sem roupa e teria que comprar tudo mais uma vez.
Foi muito angustiante quardar as minhas roupinhas queridas, mas não vou negar que dá um certo alívio olhar pro guarda-roupa e ver exatamente o que tem lá, peça por peça, certa de não haver nenhum desperdício.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

19 semanas

Tô contando essa gravidez toda errada. Tem umas 3 semanas que eu digo que tô na 19ª semana. Mas o fato de ter engravidado sem ter planejado é que simplesmente não lembro da data da minha ultima menstruação.
Vai aí uma dica para quem está tentando engravidar: ANOTE, ANOTE, ANOTE!
Eu deveria ter postado aqui neste blog toda vez que menstruei, né? nem pensei nisso kkkkkkk e ainda faria uma descrição básica tipo: "Muitas coagulações de aspecto escuro e gelatinoso escorreram pelo absorvente quando me abaixei para fazer xixi. No dia, foram 5 absorventes ao todo e uma cambiarra a noite para suportar o fluxo" hahhahahhaha
Bom, mas estou aqui para falar de meu baby, meu querido, meu filhinho. Hoje fui fazer outra ultrassom e me sinto meio idiota pois nunca entendo direito o que está acontecendo tanto é que hoje, DR. Luciano me recomendou fazer um curso para gestantes rsrsrsrrs...
Está tudo bem, graças ao bom Deus. Ele parece ser quietinho e na dele, tava com uma perna em cima da cabeça e outra cruzando embaixo. A mãozinha, como sempre, estava na cabeça. Ele tava mastigando alguma coisa e mexia os dedinhos do pé que nem painho quando tá assistindo televisão.
Ele não é exatamente um bebezinho pois está com 312gr (os sites sempre dizem que os bebês desta idade pesam entre 200 e 250gr), o médico brincou dizendo que dava uns dois bifões rsrsrsrrs.
Pedro finalmente foi comigo, uma raridade! E sei que talvez essa seja a única ultrassom que ele compareça, afinal de contas: alguém precisa trabalhar nessa casa! Foi muito emocionate ver ele descobrindo o filho dele, e engraçado ver a preocupação com o tamanho da cabeça da criança, eu hein? parece que não se enxerga kkkkkkk Essa foi a mesma pergunta que fiz na primeira ultrassom. Mas acho que com o tempo a cabeça vai ficando mais proporcional, eu acho!
No mais, meu bebê já escuta minha voz (palavrão agora nem pensar!) e já sente as variações de luz. Eu senti umas estremecidas há uma semana atrás, mas parei de sentir, acho que eram gases kkkkkk em pensar que a familia toda fazia fila pra botar a mão na minha barriga pra sentir um punzinho kkkkkkkkkkkkk
Estou cada dia mais emotiva e maternal, hoje quase arranquei a cabeça de Amélie de tão linda que achei ela na hora. Não vou negar que estou me achando péssima mãe, não sei de nada, nem arrumei o quarto ainda, sei que dá tempo, mas ao mesmo tempo a sensação que tenho é que estou grávida há mais ou menos uns 2 anos.
Daqui 1 mês eu volto para fazer a ultrassom morfológica, Deus abençoe que continue tudo direitinho com meu buguelinho.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Eu aqui, de volta!

Deixei de escrever aqui por um tempo. Não por falta de assunto, mas por um laconismo que me tomou nos ultimos meses que às vezes me constrange.
Ando muito introspectiva, cheia de coisas na cabeça, milhares. Um medo, uma ansiedade, um mundo!
Hoje entendo porque enjoei da carne de Buenos Aires, do vinho de Buenos Aires, dos ares de Buenos Aires, hoje eu sei o porquê de minha vontade enlouquecida de comer frutas e verduras, hoje eu sei que naquela época meu corpo estava recebendo um visitante, um ilustre visitante por longos 9 meses.
Meu filhinho já estava comigo naquela época, eu não sabia e se ele sabia não me deu nenhum sinal disso.
Ter um filho sempre esteve nos meus planos, desde os 5 anos de idade, mas não imaginei que fosse ser tão rápido. Tô meio que me acostumando com a idéia de ser responsável pela vida de uma pessoa, totalmente responsável!
Todas as referências dele vão partir de mim, isso é uma coisa muito importante.
Tenho que medir meus sentimentos, nem mais nem menos. Não posso ser a mãe ausente, desinteressada e nem a mãe sufocantemente apaixonada. Tudo o que eu fizer poderá ser usado contra mim, e será em algum momento.
Em algum momento, umazinha aí irá me criticar e ganhar razão nisso. Umazinha aí vai tomar meu filho de mim. Umazinha aí vai passar a ser a mulher mais importante para ele e umazinha aí vai sugerir que eu saia da vida dele.
Quero que meu filho seja o homem mais saudável, mais simpático, mais abençoador, mais apaixonante do Mundo! E sei que ele será.
E eu o amo muito desde já.
Pronto falei!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Dando um tempo na minha narrativa sobre a viagem a Bs. As. Vou publicar aqui um texto de um amigo meu, Vinicius Trindade. Vinicius é formado em Marketing e trabalha com publicidade além de exímio nadador (ele me salvou de um afogamento anos atrás).
O texto de Vini me toca profundamente pois, me dói a forma como as coisas acontecem nesse país e ver uma cidade como Itabuna, que foi berço dos melhores momentos de minha adolescência, acabar assim é muito triste.
Soube de uma verba grande do Governo Federal que está indo para a região de Itabuna e Ilhéus, mas não sei se vai adiantar muita coisa, a miséria está na cabeça de boa parte do grapiúna e isso nem água com sabão nem um milhão tira. Vamos ao texto:

VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA (SÓ NÃO FICO MAIS EM ITABUNA)

Hoje pela manhã lembrei de Manuel Bandeira e seu tão famoso texto “Vou-me embora para pasárgada”, porque do jeito que as coisas estão, qualquer lugar parece ser melhor que Itabuna, até um lugar fictício.
Aqui, conseguimos a proeza de ter cara de cidadezinha de interior e problemas e índices feios de uma grande capital. Quer ter uma idéia do que estou falando? Digite “Itabuna” no Google e aguarde o resultado. Mas não se preocupe, não vai aparecer nada demais, no máximo um link falando sobre o prefeito atual e o projeto da nova Avenida Cinquentenário (para comemorar o centenário da cidade). O outros links é como eu falei, cara de cidadezinha.
Quanto aos problemas, esses meu amigo, você tem que vir morar aqui e ver pra crer. Eu vivi pra ver Itabuna ser comentada no Jornal Nacional, é isso mesmo, Jornal Nacional. A notícia? Uma das cidades da Bahia onde o problema da Dengue é alarmante e fora de controle. Tem mais, segundo uma pesquisa do Ministério da Justiça (MJ) e Fórum Brasileiro de Segurança, Itabuna é a número 1 da lista de cidades com as piores condições para o jovem viver, onde a violência cresce a cada dia, e o tráfico de drogas qualquer dia desses vai deixar a Colômbia no chinelo. Ontem eu estava em casa assistindo o jornal, e por pouco eu quase não vi a mais nova notícia, pois a cidade teve um apagão. É meu amigo, coisa que você só vê acontecer em São Paulo, Itabuna também tem. Mas vamos à notícia: “Diretores da Rota Transportes são convidados a delegacia para esclarecer o caso da AGERBA”. Convidados? Como assim gente? Ficou até bonito. Foram presos, isso sim, com direito a mandato de prisão, conversa grampeada e helicóptero para levar os presos a Salvador (porque no ônibus da Rota nem eles tem coragem de ir). Mas não se preocupem, após 12h (tudo isso?) já estão em liberdade e de volta (com direito a queima de fogos e tudo), para o bem dos amigos e familiares. Pobre de quem precisa do transporte da Rota, porque vai continuar lotado e sem fiscalização da AGERBA. O mais legal de tudo é que pra ficar sabendo da história completa só lendo o Correio da Bahia de Salvador ou o blog do Pimenta na Muqueca (que por sinal vem crescendo muito e com um conteúdo atualizado de primeira) porque aqui em Itabuna, bom, aqui é cidade pequena gente, não tem televisão, não tem jornal, não tem mídia sabe? (pelo menos pra essa notícia).
Tomara que daqui a algum tempo, a gente ganhe pelo menos o título de ter a avenida mais bonita dentre as cidades de interior, porque tão se empenhando nesse projeto. Sei lá, só pra ganhar alguma coisa boa. Mas seu eu fosse o prefeito dessa cidade eu estaria muito triste e envergonhado da minha Itabuna ser líder só em índices ruins, as notícias não valeriam salário nenhum que eu ganhasse. A não ser que.... o meu salário fosse o maior do Brasil.
Gente, é isso, vou-me embora para Pasárgada, só não fico mais em Itabuna.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Enfim Palermo!

Enfim Palermo!

Desde que começamos a planejar a viagem, estava curiosa para conhecer Palermo. Palermo é o maior bairro de Bs. As. Além de vários jardins lindos e lojas de roupas alternativas, é o bairro do MALBA (Museu de Arte Latino-Americano), O jardim Botânico, O Jardim Japonês e o Zoológico.
Pela manhã, fomos visitar umas fabricas de couro (vale muito a pena, aquele casaco que vc não quis dar R$ 250,00 agora pode comprar por R$:170,00) e a tarde pegamos o metrô para Palermo (diz Palérrrmo). Nunca tinha andado de metrô – mais uma de minhas tabaroisses – e juntando a minha total falta de orientação, foi só comédia.
Logo que saímos da estação, entramos no primeiro restaurante que vimos, estávamos com muitíssima fome, e como é o bairro gigante – e você sente isso só em estar lá – ficamos com medo de desmaiarmos antes de almoçar.
O restaurante, como sempre, super lindinho com ares de Bistrô e banheiro de rodoviária hahahaha. E qual não foi a minha surpresa ao encontrar no cardápio as tão desejadas verduras. Meu Deus!! Que saudade que eu tava de uma vagem crocante, de um brócolis japonês… aff! Pedro variou e não pediu Bife de Chorizo.
Comemos bem, super bem, demasiadamente bem, por R$:60 reais nós dois, acho que lá em Conquista, nem no Boca de Forno a gente paga só isso.
Fomos ao Jardim Botânico e ao Zoológico, não havia pernas para mais, tudo gigante! Ms foi super legalzíssimo!
No Jardim Botânico tiramos várias fotos com a analógica, respiramos muitíssimo oxigênio e Pedro ainda deu num pé de pitanga e me matou de vergonha. Tinha umas antas fugidas do zoológico por lá e uma centena de gatos abandonados e fedidos, ieca!
No zoo eu comi pochoclos (pipoca, que aqui tem calda de açúcar com manteiga, blergh!), vi uma Lhama que me olhou com certo desprezo por ter comido sua companheira, vi uma Girafa pela primeira vez e torci pro camelo dar uma cuspidona em Pedro, mas não rolou. Ia ser uma ótima foto, não? Hahahahaha
Quando estávamos no metrô, voltando para casa, uma voz de pato anuncia que nossa parada estava fechada, que teríamos de descer antes. Um grupo de pessoas estava acampada na Avenida de Mayo querendo chegar até a casa Rosada, mas foram impedido pelos guardinhas, quer dizer, policiais federais. Pedro esqueceu do cansaço e colocou sua alma de jornalista, que estava engavetada, para trabalhar. Tirou fotos, fez perguntas e apoiou a causa.
Engraçado, mas aqui MST quer dizer: Movimento dos Sem Trabalho, que diferença não?
Hoje, o Café Tortoni, assim como todas as lojas da Av. De Mayo não funcionaram.
A noite, Pedro desejou empanadas (oh mínimo bom de boca, soh!) e eu tava entupida ainda do almozo (não aguento essa vida de comer meio quilo de carne) e pedi um sorvete com salada de frutas que veio cheio de Chantilly e biscoitos ( ai que bom!).
Buenos Aires é assim, aqui você come, bebe, compra e contempla. Só tem isso para fazer, mas cada coisa é bem legal!