Tatus forever

O ano de 2005 foi terrível para mim! Tive que conviver com verdades angustiantes; o que antes parecia eterno, se esmigalhou na minha mão como uma paçoca. Tive que voltar para a casa de meus pais e conviver com o fracasso de uma profissão que parecia promissora.
Se fizesse um retrospecto de minha vida veria que os anos ímpares são críticos, a começar pelo meu nascimento, não deve ter sido fácil enfrentar o mundo cheio de cores, sabores e... ar!
2005 não foi nada fácil. Entre comprimidos de amitriptilina, bromazepan, clonazepan e fluoxetina ia vivendo sem sabor e sentindo odores estranhos.
Nem me lembro direito do que aconteceu comigo naquele ano, mas, me lembro muito bem das sensações, das idas ao hospital e de ver meu pai na cabeceira de minha cama chorando.

Num ano tão difícil, Deus abriu meu coração para receber pessoas muito especiais, e o fato de ter uma irmã gente boa e que mora numa mansão ajudou bastante.
Pensei em fechar o ano em grande estilo: Eu, minhas primas, fazendo muita zoada, rindo muito e falando besteira. Fiz o convite. Minhas primas chamaram outras amigas, que chamaram outros amigos e de repente o "rave on"estava montado.

De longe foi a virada de ano mais especial que tive.

Da "platação de ovelhas" de Tatiana a "manilha de cães"de Débora, passando pela coreografia de "esse é o meu respirar"de Daniel foram muitas risadas, todas elas de altíssima qualidade.
Também tiveram momentos chatos como a Léo ter perdido a bagagem dele ou o meu xilique quando vi os meninos choramingando as ex-namoradas ouvindo Whitney Huston mas, tudo fez parte.
Os cocos que a gente não abriu, a tapioca que não soube fazer, a pizza solada, o churrasco ressecado a vitamina de banana com leite talhado, os jogos, a partida de baleado, as danças na piscina, o macarrão de Tatiana, o bolo de chocolate... foi tudo perfeito!

Débora veio antes me ajudar, sempre esperta e solícita, ela não é o tipo de pessoa que "dorme de touca"hahahahaha.
Daniel falou mal de minha tapioca, mas na hora de botar a mão na massa, deixou a pizza quebrar.
Bob era Bob mas depois virou Cleverson e para mim ele continua sendo o abençoado Bob que encheu nossas vidas de ritmo e alegria.
Carol, sempre quietinha e atenta, logo percebeu que o seu futuro estava logo alí, nos olhos verdes de Michel.
Júlia foi minha inspiração para entrar no jazz, mas logo vi que não conseguiria chegar "a sua altura".
Hugo veio com Biblia, sandálias e muitas lembranças boas de 2005, quantas vezes quis jogar um coco na cabeça dele... mas me senti vingada pela batida na porta que ele deu hehehehe.
Leila não aguentava ver um espelho, uma câmera, qualquer coisa que pudesse lembrar que ela é e sempre será "uma Diva".
Léo, muito fashion, perdeu metade de seu guarda-roupa para a Rota mas seu estilo estava em outra sacola, para o bem de todos e felicidade geral nas fotos.
Michel, que até então era apenas primo de Tássia, descobriu um tesouro enterrado, e abriu! Agora ele é meu mais novo primo.
Peter levou seus amigos filósosfos e com eles viajou nas estrelas.
Tatiana nos emprestou todo o seu conhecimento culinário e salvou a galera dos desastres gastronômicos, foi ótima companheira de banhos noturnos na piscina.

No dia 31 me sentia estranha, ansiosa para acabar logo o ano. Pintei os olhos como uma pintura de guerra, peguei um chapéu emprestado, enchi minha roupa de piranha de strass e fui dar um "tchau"para 2005 e receber 2006 de braços e coração abertos.

Nesta época estava com 49 kilos, um corpinho delineado a base de lagrimas e insônia. Um mês depois do "rave" tinha ganhado 4 kg e parado de tomar os remédios.
2006 entrou novinho em folha, Daniel me incentivou a fazer o vestibular para psicologia- uma de minhas maiores paixões- e 4 meses depois já estava namorando com meu futuro marido, o homem de minha vida.
Sem dúvidas a tatuzada mudou minha sorte, ôhh povinho abençoado sôh!